Geraldo
Edson nasceu em Natal, Estado do Rio Grande do Norte no dia 1º de abril de 1932
e faleceu no Rio de Janeiro, em abril de 2013, filho de Amaro Pedroza de
Andrade, ator e diretor de teatro, um dos fundadores do Grêmio Dramático de
Natal, que marcou a vida teatral da cidade nos anos 30 e 40. Desde adolescente
Geraldo Edson se interessou pelo jornalismo, literatura, cinema e artes
plásticas. Aos 15 iniciou-se no jornalismo como crítico de cinema do Jornal de
Natal.
Geraldo
Edson de Andrade, escritor e crítico de arte natalense radicado no Rio de
Janeiro desde a década de 1950, ex-diretor do Instituto Nacional de Artes
Plásticas, faleceu semana passada vítima de complicações causadas por um
câncer. Professor de História da Arte, aposentado pela Universidade Estadual do
RJ, ele havia completado 81 anos no início de abril. Cremado na capital
carioca, o último desejo de Geraldo Edson, de acordo com a filha Renata Pereira
de Andrade, era ter suas cinzas espalhadas nas águas do Rio Potengi.
Foi curador de mais de 80 exposições de arte
brasileiras em várias partes do país e membro de júri em vários e importantes
salões nacionais. Foi diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas, da
Funarte, e assessor da diretoria do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Possuía várias medalhas, entre elas a do Mérito Alberto Maranhão, concedida
pelo Governo do Rio Grande do Norte. Geraldo Edson fez doações de valiosas
obras de arte, do acervo particular, para a Pinacoteca do Estado. Em 2008, em
solenidade realizada na Academia Brasileira de Letras, recebeu o Prêmio Marques
Rabelo, da União Brasileira de Escritores, pela sua novela “A traficante do
Morro do Careca”, publicado no ano anterior.
Morando no Rio de Janeiro há quase 60 anos,
Geraldo Edson nunca perdeu o seu contato com a terrinha. Natal é cenário de
vários de seus contos. Quando aparecia por aqui, gostava de deambular pela
cidade, saindo a pé pelas ruas do centro (foi menino da rua Santo Antônio) em
direção da velha Ribeira, subidas pelo Alecrim, esticadas por Tirol e
Petrópolis. Culto, educado, elegante, simples, conversa agradável, cativante.
Seu corpo foi cremado. Segundo me falou sua
filha Renata, Geraldo Edson teria revelado, em vida, o desejo de que quando
morresse fosse cremado e suas cinzas lançadas nas águas do Rio Potengi. Geraldo
tem um livro de contos com o título de Te vejo afogada no Potengi, publicado em
2002, pela MIG Editora e Publicidade, do Rio de Janeiro, que ele me enviou com
esta dedicatória: “Ao caro Madruga, mais esta obra impregnada da nossa Natal.
Com afetuoso abraço de Geraldo Edson. Rio, 03.2002.”.
FONTE
– TRIBUNA DO NORTE