AUTOR ESQUECIDO
Para o jornalista Woden Madruga, Geraldo Edson
era mais um dos grandes nomes das letras potiguares vitimado pelo esquecimento.
“Considero Geraldo Edson um dos nossos melhores contistas, além de um grande
crítico de arte”, afirmou Madruga. “Mas, infelizmente, é um autor esquecido e
pouco conhecido por aqui”.
Mesmo morando no Rio de Janeiro, Geraldo Edson
de Andrade nunca se desligou da vida cultural do RN. Doou dezenas de obras para
o acervo da Pinacoteca do Estado, incluindo quadros e gravuras de Tarsila do
Amaral e Aldemir Martins, que pertenciam à sua coleção particular.
“Geraldo Edson foi um dos grandes entusiastas da
Pinacoteca, desde o início”, lembra o atual diretor do espaço, o escritor
Franklin Jorge. “Como crítico de arte era muito sério e preciso. Uma figura
muito elegante e inteligente.”.
Geraldo
Edson de Andrade, escritor e crítico de arte natalense radicado no Rio de
Janeiro desde a década de 1950, ex-diretor do Instituto Nacional de Artes
Plásticas, faleceu semana passada vítima de complicações causadas por um
câncer. Professor de História da Arte, aposentado pela Universidade Estadual do
RJ, ele havia completado 81 anos no início de abril. Cremado na capital
carioca, o último desejo de Geraldo Edson, de acordo com a filha Renata Pereira
de Andrade, era ter suas cinzas espalhadas nas águas do Rio Potengi.
Geraldo
Edson de Andrade nasceu em Natal, em 01
de abril de 1932, na rua Santo Antônio, Cidade Alta. Filho do teatrólogo Amaro
Pedroza de Andrade, estreou no jornalismo aos 15 anos como crítico de cinema do
Jornal de Natal. Quando foi morar no Rio de Janeiro, em 1954, colaborou com vários
jornais da capital carioca como o Diário de Notícias, Última Hora e Tribuna de
Imprensa.
Além do jornalismo, Edson tinha duas outras
paixões: a literatura e as artes plásticas. Foi curador de mais de 80
exposições de arte em todo país, diretor do Instituto Nacional de Artes
Plásticas, da Funarte, membro da diretoria do Museu de Arte Moderna do Rio de
Janeiro e autor de mais de 10 livros sobre a arte brasileira. Deixou ainda oito
livros de ficção, entre os quais “A Traficante do Morro do Careca”, vencedor do
Prêmio Marques Rebelo 2008, da União Brasileira de Escritores. Seu livro mais
recente é “Paixão por Alcione”, volume de contos publicado no ano passado.
Geraldo Edson esteve em Natal pela última vez em
maio de 2011, quando participou do projeto “Arte Potiguar no Mundo”, da
Fundação José Augusto, e lançou o livro “Natalenses”, que reúne em uma única
edição os livros de contos “Coração Partido ao Meio” (1982) e “O Dia Em Que
Tyrone Power Esteve em Natal” (1984).
Entrevistado pela TRIBUNA DO NORTE por ocasião
da visita à capital potiguar, Edson reafirmou seu amor pela cidade. “Natal para
mim não é lembrança, é uma permanência”, declarou.
FONTE RRIBUNA DO NORTE
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